A formiga saúva -que vive na Terra há "apenas" 5 milhões de anos- é novata perto da formiga pálida, sem olhos e de 3 milímetros que o biólogo Christian Rabeling achou na tarde de 9 de maio de 2003, nos arredores de Manaus. Esses insetos são tão velhos que os dinossauros devem ter pisado neles.
"Pode ser a espécie mais antiga viva, com mais de 100 milhões de anos", diz Rabeling, da Universidade do Texas, que assina artigo publicado hoje na revista "PNAS" descrevendo a espécie então descoberta.
O estudo mostra ainda como as formigas se diversificaram. A origem delas ocorreu entre 189 milhões e 115 milhões de anos atrás, em plena era dos dinos.
Em 2003, Rabeling fazia trabalho de campo em Manaus quando viu uma formiga muito estranha passeando pela serrapilheira (camada de folhas que recobre o solo na mata). Sem conseguir identificá-lo de imediato, o pesquisador coletou o animal para mostrar ao pesquisador Manfred Verhaagh, do Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha.
A espécie, disse o colega também alemão, era a mesma que ele e Marcos Gracia, da Embrapa da Amazônia, haviam descoberto na mesma região em 1998. Em um vôo para São Paulo, porém, a tampa do frasco com as formigas estourou. A espécie diferente ficou incógnita até a redescoberta de 2003.
"Pode ser a espécie mais antiga viva, com mais de 100 milhões de anos", diz Rabeling, da Universidade do Texas, que assina artigo publicado hoje na revista "PNAS" descrevendo a espécie então descoberta.
O estudo mostra ainda como as formigas se diversificaram. A origem delas ocorreu entre 189 milhões e 115 milhões de anos atrás, em plena era dos dinos.
Em 2003, Rabeling fazia trabalho de campo em Manaus quando viu uma formiga muito estranha passeando pela serrapilheira (camada de folhas que recobre o solo na mata). Sem conseguir identificá-lo de imediato, o pesquisador coletou o animal para mostrar ao pesquisador Manfred Verhaagh, do Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha.
A espécie, disse o colega também alemão, era a mesma que ele e Marcos Gracia, da Embrapa da Amazônia, haviam descoberto na mesma região em 1998. Em um vôo para São Paulo, porém, a tampa do frasco com as formigas estourou. A espécie diferente ficou incógnita até a redescoberta de 2003.
"Marciana"
Com o estranho inseto em mãos, Rabeling foi ao Museu de Zoologia Comparada da Universidade Harvard (EUA). Surpreso com a novidade, Stefan Cover, curador da coleção de formigas daquele museu --a maior do mundo- chamou Edward O. Wilson (famoso entomólogo e ativista ambiental) para observar o inseto.
Stefan conhece todas as formigas, se ele não sabe qual é essa, suspeito que ela deva ser de Marte", brincou Wilson. A sugestão do especialista acabou aceita: "Decidimos, então, dar o nome Martialis [vindo de Marte, em grego] ao gênero", diz Rabeling. "O nome da espécie, heureka, significa "achei!" e se refere a sua redescoberta [em 2003]."
Depois de descrever a formiga, Rabeling amputou uma das patas do bicho para estudar o DNA da Martialis heureka. As conclusões do estudo contribuem para iluminar o debate sobre a origem das formigas.
Como o grupo descende de vespas que perderam as asas, os pesquisadores imaginavam que as espécies mais antigas deveriam ser aquelas mais parecidas com as vespas, com olhos e mandíbulas grandes, vivendo de caçar no solo.
Em 2006, porém, estudos de DNA sugeriram que as espécies de formiga cegas e pálidas, que vivem caçando minhocas e larvas de insetos no subsolo, são as mais antigas ainda vivas. Mas os biólogos, porém, desconfiaram dessa conclusão.
Agora, o surgimento da estranha formiga manaura dá novo fôlego aos resultados de 2006. Os dados obtidos com a espécie reforçam a tese de que as formigas subterrâneas surgiram no início da evolução.
"Houve uma "radiação explosiva" de espécies. Umas se especializaram para viver no subsolo, na serrapilheira e em árvores. E outras mantiveram as características de vespas", diz Rabeling. Segundo ele, deve haver muitas outras espécies ocultas no solo da Amazônia. "Não há um método bom para procurar por organismos no solo em grande escala", diz Rabeling.
"Deve existir muitas espécies desconhecidas ainda escondidas nos solos tropicais e precisamos descobri-las antes que tudo seja destruído", afirma. Rabeling agora quer achar um ninho das estranhas formigas. "Para observar o comportamento delas."
0 comentários:
Postar um comentário