Por estar em faixa de terreno do período Triássico Superior, o solo de nossa cidade é depósito de fósseis de antecessores dos dinossauros
Repórter: Luísa KanaanA curiosidade de saber como viveram e qual foi a origem dos gigantes animais que dominaram a Terra durante muitos anos intriga o ser humano, tanto que já inspirou muitos filmes de ficção científica ao redor do mundo, como o Parque do Dinossauros, de Steven Spielberg. E não é sem razão: os dinossauros viveram em todos os ambientes terrestres e antes de serem extintos, já ensaiavam o domínio do céu - acredita-se que as aves sejam descendentes desses animais.
Descobertas paleontológicas, feitas ao longo do século 20 por santa-marienses e estrangeiros que visitaram a cidade, apontam que a origem desses extraordinários seres está bem debaixo dos nossos pés, nos depósitos de fósseis do período Triássico da era Mesozóica – quando surgiram dinossauros mais primitivos, os “primos” dos que vemos nos filmes – existentes em Santa Maria.
Nossa cidade, e a região ao seu redor, ficou mundialmente conhecida por paleontólogos e geólogos como Formação Santa Maria do Triássico Superior. Ela está situada dentro da Bacia do Paraná, uma das três principais bacias sedimentares do país formadas durante o Período Siluriano (Era Paleozóica, há cerca de 300 milhões de anos).
A região, que engloba as cidades de Mata, Candelária e São Pedro, é jazigo de fósseis de aproximadamente 225 milhões de anos, em geral dicinodontes, cinodontes e rincossauros, que foram bastante comuns nessa época. Os primeiros achados paleontológicos de repercussão mundial foram os dos santa-marienses Dr. Jango Fischer, em 1902, e de Llewllyn Ivor Prince, em 1936.
O primeiro encontrou, no morro da Alemoa, vértebras que pertenciam ao primeiro réptil fóssil até então descoberto na América do Sul que foi batizado como Scaphonyx fischeri e classificado como antecessor dos dinossauros. Já Prince, chefiando expedições na Formação Santa Maria, encontrou um dos mais antigos fósseis com aproximadamente 245 milhões de anos: o “Cerrritosaurus Binsfeldi Price” ou “Staurikosaurus Pricei” (“Lagarto do Cruzeiro do Sul”). Este fóssil pertencente ao grupo Saurichia (dinossauro carnívoro primitivo), segundo Antônio Isaia, no livro “Os Fascinantes Caminhos da Paleontologia”, é conhecido pelos cientistas apenas com base no exemplar de Llewllyn.
Hoje o fóssil está exposto no Museu Museum of Comparative Zoology da Universidade de Harvard-Cambridge, USA.Portanto, por Santa Maria possuir muitas formas completas de dinossauros primitivos, assim como algumas áreas da Argentina, é que alguns cientistas como Alexander Kellner, apontam a América do Sul como berço dos dinossauros. Apesar de ostentar toda essa riqueza, o pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Alberto Martins mostra, em seu trabalho de Mestrado, o descaso com que os jazigos de fósseis são tratados hoje.
Conheça os períodos geológicos
Durante a era Mesozóica, também conhecida como “Era dos Dinossauros”, existiram espécies das mais variadas formas e tamanhos, em sua maioria herbívoros, que reinarão no planeta durante mais de 160 milhões de anos. Alguns eram carnívoros grandes (chegando a mais de 8 metros como o Tyrannosaurus rex da América do Norte ou o Pycnonemosaurus do Brasil), enquanto outros eram muito pequenos, como o filhote de Mussaurus, um prossaurópode encon- trado na Argentina que, media 37 centímetros.
Ainda, viveu na Terra, o Argentinossaurus (descoberto na Argentina), herbívoro que chegava a ter 50 metros de comprimento.Foi nessa era que se formou a Pangea, o supercontinente em que todos os atuais continentes estavam ligados. Porém, um meteoro de pelo menos 15 km de diâmetro atingiu a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera.
Depois do acontecido, uma grande noite cobriu o planeta, impedindo a fotossíntese das plantas, cortando o alimento dos herbívoros, que por sua vez passaram a não servir de alimento aos carnívoros. Pelo menos a metade das espécies existentes foi extinta nessa catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciassem o seu reinado, que perdurará até os dias atuais.
Repórter: Luísa KanaanA curiosidade de saber como viveram e qual foi a origem dos gigantes animais que dominaram a Terra durante muitos anos intriga o ser humano, tanto que já inspirou muitos filmes de ficção científica ao redor do mundo, como o Parque do Dinossauros, de Steven Spielberg. E não é sem razão: os dinossauros viveram em todos os ambientes terrestres e antes de serem extintos, já ensaiavam o domínio do céu - acredita-se que as aves sejam descendentes desses animais.
Descobertas paleontológicas, feitas ao longo do século 20 por santa-marienses e estrangeiros que visitaram a cidade, apontam que a origem desses extraordinários seres está bem debaixo dos nossos pés, nos depósitos de fósseis do período Triássico da era Mesozóica – quando surgiram dinossauros mais primitivos, os “primos” dos que vemos nos filmes – existentes em Santa Maria.
Nossa cidade, e a região ao seu redor, ficou mundialmente conhecida por paleontólogos e geólogos como Formação Santa Maria do Triássico Superior. Ela está situada dentro da Bacia do Paraná, uma das três principais bacias sedimentares do país formadas durante o Período Siluriano (Era Paleozóica, há cerca de 300 milhões de anos).
A região, que engloba as cidades de Mata, Candelária e São Pedro, é jazigo de fósseis de aproximadamente 225 milhões de anos, em geral dicinodontes, cinodontes e rincossauros, que foram bastante comuns nessa época. Os primeiros achados paleontológicos de repercussão mundial foram os dos santa-marienses Dr. Jango Fischer, em 1902, e de Llewllyn Ivor Prince, em 1936.
O primeiro encontrou, no morro da Alemoa, vértebras que pertenciam ao primeiro réptil fóssil até então descoberto na América do Sul que foi batizado como Scaphonyx fischeri e classificado como antecessor dos dinossauros. Já Prince, chefiando expedições na Formação Santa Maria, encontrou um dos mais antigos fósseis com aproximadamente 245 milhões de anos: o “Cerrritosaurus Binsfeldi Price” ou “Staurikosaurus Pricei” (“Lagarto do Cruzeiro do Sul”). Este fóssil pertencente ao grupo Saurichia (dinossauro carnívoro primitivo), segundo Antônio Isaia, no livro “Os Fascinantes Caminhos da Paleontologia”, é conhecido pelos cientistas apenas com base no exemplar de Llewllyn.
Hoje o fóssil está exposto no Museu Museum of Comparative Zoology da Universidade de Harvard-Cambridge, USA.Portanto, por Santa Maria possuir muitas formas completas de dinossauros primitivos, assim como algumas áreas da Argentina, é que alguns cientistas como Alexander Kellner, apontam a América do Sul como berço dos dinossauros. Apesar de ostentar toda essa riqueza, o pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Alberto Martins mostra, em seu trabalho de Mestrado, o descaso com que os jazigos de fósseis são tratados hoje.
Conheça os períodos geológicos
Durante a era Mesozóica, também conhecida como “Era dos Dinossauros”, existiram espécies das mais variadas formas e tamanhos, em sua maioria herbívoros, que reinarão no planeta durante mais de 160 milhões de anos. Alguns eram carnívoros grandes (chegando a mais de 8 metros como o Tyrannosaurus rex da América do Norte ou o Pycnonemosaurus do Brasil), enquanto outros eram muito pequenos, como o filhote de Mussaurus, um prossaurópode encon- trado na Argentina que, media 37 centímetros.
Ainda, viveu na Terra, o Argentinossaurus (descoberto na Argentina), herbívoro que chegava a ter 50 metros de comprimento.Foi nessa era que se formou a Pangea, o supercontinente em que todos os atuais continentes estavam ligados. Porém, um meteoro de pelo menos 15 km de diâmetro atingiu a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera.
Depois do acontecido, uma grande noite cobriu o planeta, impedindo a fotossíntese das plantas, cortando o alimento dos herbívoros, que por sua vez passaram a não servir de alimento aos carnívoros. Pelo menos a metade das espécies existentes foi extinta nessa catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciassem o seu reinado, que perdurará até os dias atuais.
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