Baseado na minissérie da BBC de mesmo nome, Caminhando Com Dinossauros nos leva ao período Cretáceo, 70 milhões de anos atrás. O filme funciona como uma mistura de biografia e documentário enquanto acompanhamos a vida de Patchi, um Pachyrhinosaurus.
Porém, antes de viajarmos para o
passado, assistimos uma pequena introdução, completamente desnecessária,
sobre um menino, Ricky, sua irmã e seu tio paleontólogo viajando para
um campo arqueológico no qual irão escavar por fósseis de dinossauros. O
tio, vivido por Karl Urban, mostra aos dois jovens um dente de
Gorgosaurus. Ricky, completamente desinteressado pela viagem, decide
fica no carro quando finalmente chegam a seu destino. Nesse ponto uma
pequena ave pousa no capô e começa a falar (sem mexer o bico) com o
menino, iniciando o conto de Patchi e se revelando como o narrador da
história.
Se o fato da ave falar já causa certo
estranhamento na audiência isso é ainda mais intensificado quando
ouvimos as falas dos jovens Pachyrhinosaurus. Não é preciso
muitos minutos de projeção para identificar esse como um elemento de
apelação ao público infantil, que seria mais dificilmente atraído por um
filme cuja única voz seria a do narrador. Infelizmente, contudo, o que
afeta positivamente as crianças acaba por diminuir a narrativa, que
funcionaria perfeitamente somente com a voz do pássaro.
Ainda assim os diversos momentos de
narração poderiam ter sido melhor trabalhados a fim de oferecer mais
documentário e menos biografia. A vida de Patchi funciona como uma
motivação para o que veremos na tela, criando momentos de tensão e
contemplação, mas o que queremos é ouvir sobre os acontecimentos e não
suas sensações ou emoções. Dito isso, o longa acaba caindo para um lado
romântico previsível, inserindo uma trama nada desejada – afinal estamos
ali para ver dinossauros e não um romance.
Esses elementos, contudo, não diminuem a
força visual que o filme detém. São localizações fantásticas filmadas
em live-action na Nova Zelândia e no estado do Alaska. Inseridos
organicamente neles estão os dinossauros com belos gráficos em CGI.
Melhorando esse aspecto do filme está a escolha de enquadramentos que
funcionariam perfeitamente para contar a história que está sendo
desnecessariamente narrada.
Agora, para finalizar esta crítica irei
tecer alguns breves comentários sobre o 3D do filme. Como sempre: uma
enganação – somente em alguns pontos sentimos efetivamente alguma
diferença do bom e clássico 2D. Em geral, a dimensão extra funciona
somente para deixar o filme mais escuro, não alterando muito a imersão
do espectador.
Caminhando Com Dinossauros
poderia ter sido um filme muito melhor do que é. Se inseríssemos uma
narração e narrativa mais adulta e tirássemos as falas dos personagens,
teríamos um ótimo documentário com um visual incrível. Ao invés disso,
contudo, temos um longa-metragem dispensável que irá atrair somente
crianças e amantes de dinossauros, deixando este último grupo querendo
algo melhor do que foi exibido.
Toda esta crítica é de propriedade e de direitos autorais do site Plano Crítico.
Toda esta crítica é de propriedade e de direitos autorais do site Plano Crítico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário