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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Filme da BBC


Baseado na minissérie da BBC de mesmo nome, Caminhando Com Dinossauros nos leva ao período Cretáceo, 70 milhões de anos atrás. O filme funciona como uma mistura de biografia e documentário enquanto acompanhamos a vida de Patchi, um  Pachyrhinosaurus. 

Porém, antes de viajarmos para o passado, assistimos uma pequena introdução, completamente desnecessária, sobre um menino, Ricky, sua irmã e seu tio paleontólogo viajando para um campo arqueológico no qual irão escavar por fósseis de dinossauros. O tio, vivido por Karl Urban, mostra aos dois jovens um dente de Gorgosaurus. Ricky, completamente desinteressado pela viagem, decide fica no carro quando finalmente chegam a seu destino. Nesse ponto uma pequena ave pousa no capô e começa a falar (sem mexer o bico) com o menino, iniciando o conto de Patchi e se revelando como o narrador da história.

Se o fato da ave falar já causa certo estranhamento na audiência isso é ainda mais intensificado quando ouvimos as falas dos jovens Pachyrhinosaurus. Não é preciso muitos minutos de projeção para identificar esse como um elemento de apelação ao público infantil, que seria mais dificilmente atraído por um filme cuja única voz seria a do narrador. Infelizmente, contudo, o que afeta positivamente as crianças acaba por diminuir a narrativa, que funcionaria perfeitamente somente com a voz do pássaro.

Ainda assim os diversos momentos de narração poderiam ter sido melhor trabalhados a fim de oferecer mais documentário e menos biografia. A vida de Patchi funciona como uma motivação para o que veremos na tela, criando momentos de tensão e contemplação, mas o que queremos é ouvir sobre os acontecimentos e não suas sensações ou emoções. Dito isso, o longa acaba caindo para um lado romântico previsível, inserindo uma trama nada desejada – afinal estamos ali para ver dinossauros e não um romance.

Esses elementos, contudo, não diminuem a força visual que o filme detém. São localizações fantásticas filmadas em live-action na Nova Zelândia e no estado do Alaska. Inseridos organicamente neles estão os dinossauros com belos gráficos em CGI. Melhorando esse aspecto do filme está a escolha de enquadramentos que funcionariam perfeitamente para contar a história que está sendo desnecessariamente narrada.

Agora, para finalizar esta crítica irei tecer alguns breves comentários sobre o 3D do filme. Como sempre: uma enganação – somente em alguns pontos sentimos efetivamente alguma diferença do bom e clássico 2D. Em geral, a dimensão extra funciona somente para deixar o filme mais escuro, não alterando muito a imersão do espectador.

Caminhando Com Dinossauros poderia ter sido um filme muito melhor do que é. Se inseríssemos uma narração e narrativa mais adulta e tirássemos as falas dos personagens, teríamos um ótimo documentário com um visual incrível. Ao invés disso, contudo, temos um longa-metragem dispensável que irá atrair somente crianças e amantes de dinossauros, deixando este último grupo querendo algo melhor do que foi exibido.

Toda esta crítica é de propriedade e de direitos autorais do site Plano Crítico.

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