Há vários anos, a ideia corrente é que as aves teriam evoluído a partir de dinossauros bípedes. Eles ganharam penas, passaram a viver em árvores e, depois, começaram a voar.
Segundo uma suposição comum, esses pássaros tinham um olfato ruim porque a pressão evolutiva teria moldado os recursos do cérebro a favor da visão, do equilíbrio e da coordenação, deixando de lado o olfato.
Mas não é bem assim, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira no jornal da "Britain's Royal Society".
Com a ajuda da tomografia computadorizada --o TC usado para diagnósticos médicos--, pesquisadores do Canadá estudaram imagens em 3D de crânios de dinossauros, pássaros extintos e aves vivas.
Ao todo, foram 157 amostras para medir o tamanho médio do bulbo olfativo, a parte do cérebro relacionada ao cheiro. Entre pássaros modernos e mamíferos, quanto maior o bulbo olfativo, melhor é o olfato.
O estudo mostrou que os ancestrais de pássaros possuíam aproximadamente a mesma capacidade olfativa de um pombo moderno --muito boa e certamente melhor que a esperada. E, cerca de 95 milhões de anos atrás, esses ancestrais das aves modernas tinham um olfato ainda melhor.
No grupo de fósseis, analisou-se o Bambiraptor, uma das principais evidências da evolução dos pássaros.
O animal, rápido e com o tamanho de um cachorro, não podia voar, mas seu corpo provavelmente foi coberto de penas e seu esqueleto era surpreendentemente similar ao de aves.
O Bambiraptor era dotado de uma capacidade olfativa equivalente à de abutres da Turquia e de albatrozes atuais, que dependem do olfato para se alimentar ou viajar por longas distâncias, segundo os especialistas.
"Nossa descoberta de que os dinossauros velociraptor, como o Bambiraptor, tinham um olfato tão desenvolvido quanto estes pássaros sugere que o cheiro pode ter desempenhado um papel importante quando esses dinossauros caçavam para se alimentar", afirma a paleontóloga Darla Zelenitsky, da Universidade de Calgary (Folha).
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