Cientistas que estudam dentes fossilizados de um hadrossauro conseguiram descobrir como o dinossauro bico de pato mastigava plantas para se alimentar. Agora outra equipe, analisando o que pode ser a mais intacta múmia de dinossauro já descoberta, relata novos detalhes sobre a pele do hadrossauro batizado de Dakota, que pode ter sido maior e mais rápido que anteriormente se pensava.
“Isso é o mais próximo que se pode chegar de tocar um dinossauro,” diz Phillip Manning, paleontólogo da Universidade de Manchester, na Inglaterra, cuja equipe publicou suas descobertas em Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
Paleontólogos escavaram o fóssil de uma colina poeirenta e escarpada da Hell Creek Formation, leito rochoso que é um dos mais ricos tesouros fósseis conhecidos e se entende através dos estados americanos de Montana e Dakota do sul e do norte. A rocha em Hell Creek data do fim da era dos dinossauros, há aproximadamente 65 milhões de anos, e foi erodida por rios que fluíam na direção leste para um mar interior que ia do Canadá até o Golfo do México através de pântanos.
O dinossauro, com aproximadamente 7,5 metros de comprimento, aparentemente morreu nos bancos de areia de um canal, talvez próximo de uma curva do rio, onde seu corpo foi rapidamente enterrado por acúmulo de sedimentos. O solo encharcado de água o sepultou numa sopa rica em minerais antes que seu corpo pudesse se decompor demais, assegurando uma preservação altamente detalhada. Embora fósseis contendo compostos orgânicos ou tecidos moles mumificados tenham sido descobertos antes, a presença dos dois em um achado é “tão raro como dente em galinha, e a preservação encontrada em Dakota é algo que não se viu em outros fósseis até então”, afirma Manning.
Os tecidos moles fossilizados são semelhantes aos encontrados nos atuais pássaros e crocodilianos, “evidência adicional à ligação óbvia entre dinossauros e pássaros”, acrescenta Manning. A pelve e a escápula do hadrossauro sugerem que ele era um edmontossauro, os quais podem ter sido presas de tiranossauros.
Ao contrário de muitos fósseis de pele de dinossauro, que se restringem simplesmente a marcas de escamas no sedimento que os envolveu, a descoberta em questão apresenta realmente uma pele mineralizada marrom avermelhada completa, com microscópicas estruturas celulares variando de 5 a 30 micrômetros de largura. “Estou impressionado com a evidência da estrutura de pele verdadeira preservada nesse fóssil”, observa o paleontólogo de vertebrados Mike Benton, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que não participou do estudo.
Os pesquisadores desenterraram uma quantidade extraordinária de pele da cauda, pernas e um braço. “Quando se tem pele, pode-se começar a descobrir qual seria o volume dos músculos sob elas”, explica Manning. “Embora se possa utilizar o esqueleto para descobrir grosso modo onde os músculos se ligavam, quando se tem uma ideia do volume dos músculos pode-se calcular mais facilmente a energia muscular, a rapidez e a força do dinossauro.”
As amostras nesse caso sugerem que a traseira do hadrossauro é 25% maior do que se pensava, permitindo que corresse a 45 km/h, pouco mais rápido que o melhor velocista humano. Embora a cor exata da pele permaneça desconhecida, os dados confirmam evidências anteriores de que o hadrossauro seria listrado.
Graças ao uso da microscopia eletrônica, espectroscopia infravermelha e análise de raios-X, juntamente com uma bateria de outros testes, a equipe está confiante de que está de fato diante de pele fossilizada. “Existem exemplos anteriores de relatos excessivamente otimistas de supostos tecidos moles – pele, fígado, olhos, coração – de dinossauros e outros vertebrados fósseis que continuam questionáveis”, acrescenta Benton. “Phil Manning e sua grande equipe passaram os últimos três anos aplicando todo tipo possível da moderna tecnologia analítica à múmia do dinossauro, e o âmago de suas alegações sobre o extraordinário envoltório de pele ao redor do animal estão confirmadas.”
O time também relata ter descoberto compostos orgânicos na múmia que parecem ser subprodutos da deterioração de proteína. “Isso poderia ajudar a entender melhor o processo de decomposição e preservação de biomoléculas, que no momento é como uma caixa preta”, salienta Manning. Análises futuras podem ainda revelar mais segredos sobre os compostos. Conforme observa o colega de Manning, Roy Wogelius, de Manchester, “a primeira descoberta resultante de Dakota é apenas o começo.”
“Isso é o mais próximo que se pode chegar de tocar um dinossauro,” diz Phillip Manning, paleontólogo da Universidade de Manchester, na Inglaterra, cuja equipe publicou suas descobertas em Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.
Paleontólogos escavaram o fóssil de uma colina poeirenta e escarpada da Hell Creek Formation, leito rochoso que é um dos mais ricos tesouros fósseis conhecidos e se entende através dos estados americanos de Montana e Dakota do sul e do norte. A rocha em Hell Creek data do fim da era dos dinossauros, há aproximadamente 65 milhões de anos, e foi erodida por rios que fluíam na direção leste para um mar interior que ia do Canadá até o Golfo do México através de pântanos.
O dinossauro, com aproximadamente 7,5 metros de comprimento, aparentemente morreu nos bancos de areia de um canal, talvez próximo de uma curva do rio, onde seu corpo foi rapidamente enterrado por acúmulo de sedimentos. O solo encharcado de água o sepultou numa sopa rica em minerais antes que seu corpo pudesse se decompor demais, assegurando uma preservação altamente detalhada. Embora fósseis contendo compostos orgânicos ou tecidos moles mumificados tenham sido descobertos antes, a presença dos dois em um achado é “tão raro como dente em galinha, e a preservação encontrada em Dakota é algo que não se viu em outros fósseis até então”, afirma Manning.
Os tecidos moles fossilizados são semelhantes aos encontrados nos atuais pássaros e crocodilianos, “evidência adicional à ligação óbvia entre dinossauros e pássaros”, acrescenta Manning. A pelve e a escápula do hadrossauro sugerem que ele era um edmontossauro, os quais podem ter sido presas de tiranossauros.
Ao contrário de muitos fósseis de pele de dinossauro, que se restringem simplesmente a marcas de escamas no sedimento que os envolveu, a descoberta em questão apresenta realmente uma pele mineralizada marrom avermelhada completa, com microscópicas estruturas celulares variando de 5 a 30 micrômetros de largura. “Estou impressionado com a evidência da estrutura de pele verdadeira preservada nesse fóssil”, observa o paleontólogo de vertebrados Mike Benton, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que não participou do estudo.
Os pesquisadores desenterraram uma quantidade extraordinária de pele da cauda, pernas e um braço. “Quando se tem pele, pode-se começar a descobrir qual seria o volume dos músculos sob elas”, explica Manning. “Embora se possa utilizar o esqueleto para descobrir grosso modo onde os músculos se ligavam, quando se tem uma ideia do volume dos músculos pode-se calcular mais facilmente a energia muscular, a rapidez e a força do dinossauro.”
As amostras nesse caso sugerem que a traseira do hadrossauro é 25% maior do que se pensava, permitindo que corresse a 45 km/h, pouco mais rápido que o melhor velocista humano. Embora a cor exata da pele permaneça desconhecida, os dados confirmam evidências anteriores de que o hadrossauro seria listrado.
Graças ao uso da microscopia eletrônica, espectroscopia infravermelha e análise de raios-X, juntamente com uma bateria de outros testes, a equipe está confiante de que está de fato diante de pele fossilizada. “Existem exemplos anteriores de relatos excessivamente otimistas de supostos tecidos moles – pele, fígado, olhos, coração – de dinossauros e outros vertebrados fósseis que continuam questionáveis”, acrescenta Benton. “Phil Manning e sua grande equipe passaram os últimos três anos aplicando todo tipo possível da moderna tecnologia analítica à múmia do dinossauro, e o âmago de suas alegações sobre o extraordinário envoltório de pele ao redor do animal estão confirmadas.”
O time também relata ter descoberto compostos orgânicos na múmia que parecem ser subprodutos da deterioração de proteína. “Isso poderia ajudar a entender melhor o processo de decomposição e preservação de biomoléculas, que no momento é como uma caixa preta”, salienta Manning. Análises futuras podem ainda revelar mais segredos sobre os compostos. Conforme observa o colega de Manning, Roy Wogelius, de Manchester, “a primeira descoberta resultante de Dakota é apenas o começo.”
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