Fóssil de Aranha encontrado na China

Elas caminharam com os dinossauros, mas os detalhes gravados na rocha mostram que as aranhas da era Jurássica eram muito parecidas com suas descendentes modernas.

A série de fósseis de aranhas de 165 milhões de anos encontrada em Daohugou, no norte da China, impressionou os pesquisadores por estar extremamente bem preservada - afinal, vestígios de aranhas são muito raros, uma vez que seus corpos macios não são fossilizados tão facilmente.

O corpo dos animais encontrados, sem contar as patas, tem cerca de 2,5 milímetros; eles viviam em ambientes áridos, se alimentavam de praticamente qualquer coisa menor que si mesmos e saiam à noite – hábitos idênticos aos observados nas aranhas atuais da mesma família.

Nos fósseis, inclusive, é possível ver os pelos muito finos usados para detectar a vibração do ar.

Para Paul Saden, Professor Benemérito da Universidade do Kansas e um dos autores do estudo, o local em que os animais estavam permitiu este nível de preservação. “Eram cinzas vulcânicas, um material muito fino”, explica. “Quando a rocha foi comprimida, a delicadeza das cinzas permitiu que todos os detalhes fossem mantidos. Se fosse areia, por exemplo, cujos grãos são mais grossos, não teríamos tanta sorte”.

Foi o colega chinês de Saden, Diying Huang, do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, quem encontrou os fósseis. Ele procurou o professor americano em 2008, mas só no final do ano passado a dupla terminou de descrever as Eoplectreurys gertschi. As seis aranhas encravadas na mesma rocha foram descritas este mês.

A espécie pertence a uma família moderna, a Plectreuridae, que vive atualmente em locais áridos como a Califórnia, Arizona e México. As semelhanças entre os fósseis e as atuais aranhas dessa família são tantas que é quase como se elas não tivessem mudados em milhões de anos.

“Alguns animais, quando acham um nicho próprio, tornam-se adaptados a ele. Se o habitat não muda, não há motivo para mudar, e este parece o caso das Plectreuridae”, explica Paul Saden, que há mais de 30 anos trabalha com os aracnídeos.

“Já as aranhas que pulam, por exemplo, são um fenômeno recente – têm cerca de 40 milhões de anos. Elas evoluem e se diversificam rapidamente. A evolução acontece, mas em algumas linhagens os animais permanecem quase os mesmos”, diz.

Acima, outro exemplar encontrado na rocha. Abaixo, detalhe da pata mostra o nível de preservação do fóssil.



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