Carbonífero

Período carbonífero ocorreu aproximadamente entre 360 a 286 milhões de anos durante o paleozóico.O Termo “carbonífero“ vem da Inglaterra, em referência aos depósitos ricos de carvão que ocorrem lá. O “carbonífero“ pode ser decomposto em Mississipiano (carbonífero inferior) e Pensilvaniano (carbonífero superior) nos Estados Unidos. Este sistema foi adotado para distinguir na maior parte como camadas de carvão que fazem parte do Pensilvaniano e a de rochas calcárias o Mississipiano.

O período carbonífero proporcionou condições ideais para a formação de carvão, eventos biológicos diversos, geológicos, e climáticos marcaram este período. Uma das inovações evolucionarias carboníferas foi o ovo amniótico, que permitiu a exploração do meio terrestre por determinados tetrápodes.O ovo amniotico permitiu que os antepassados dos pássaros, mamíferos e dos répteis reproduzissem em terra impedindo dissecação do embrião. Havia também uma tendência a temperaturas suaves durante o carbonífero, que evidenciou a diminuição nos licófitas e insetos grandes e um aumento do número de samambaias gigantes.

Geologicamente, houve uma colisão da Laurásia (Europa, Ásia e América do Norte) e a Gondwana (África, Austrália, Antártida e Ámérica do Sul) produziram os Apalaches, cadeia de montanhas da América do Norte e das montanhas hercinianas no Reino Unido. Uma colisão posterior da Sibéria e Europa criou os montes Urais.

Estratigrafia:

O período de Pensilvaniano é identificado pelas grandes jazidas de carvão que existem no mundo datadas desta época. Os fósseis de vida marinha caracterizam o período Mississipiano. Estes fósseis incluem corais solitários Syringopora, corais coloniais tubulares. Outros corais coloniais fósseis incluem Stelechophyllum e Siphonodendron. Outros fósseis índice são os conodontes, eles são utilizados internacionalmente para datar rochas do Mississipiano.

Na vida animal crinóides briozoários em seu ápice. Expansão dos labirintodontes, dos quais surgem os cotilossaurus. Surgem os primeiros animais voadores os insetos.

Na vida vegetal surgem enormes florestas de pteridófitas, plantas de esporos e tecidos vasculares. Surgimento das pteridospermas e destas as primeiras gimnospermas que possuíam sementes.

Licófitas Lepidodendrales 

Foram vegetais pteridofíticos que viveram do Devoniano ao Triássico. Mas seu clímax foi alcançado durante o Carbonífero, quando tiveram grande importância na flora euro-americana. Atingiram alturas de 25 até 40 metros. Boa parte dos carvões desta época formaram-se às custas destes vegetais. Os cannel coal (carvões betuminosos) constituem-se quase exclusivamente de esporos de Lepidodendrales. 
  
Lepidodendron  
Vegetal licófito caracterizado por troncos cilíndricos, sempre providos de ramificações dicotômicas. Atingiam por vêzes grandes dimensões, entre 25 a 40 metros de altura. Estes caules eram cobertos por cicatrizes de forma losangular, que eram locais de inserção de folhas. São as almofadas foliares.

Sigillaria 

Licófita de grande tamanho, com mais de 30 metros de altura e diâmetro de até 1 metro. Caracterizava-se por troncos colunares, apresentando escassa ramificação. Os ramos terminavam em tufos de folhas alongadas, entre 30 e 60 centímetros de comprimento. As almofadas foliares eram usualmente hexagonais.

Esfenofitas

Os representantes mais antigos, deste grupo de vegetais pteridofíticos, datam do Devoniano. Apresentam o caule articulado, isto é, dotado de nós e entrenós. O único sobrevivente recente é o gênero Equisetum, popularmente conhecido como "cavalinha" 

 Calamites 

As calamitales foram esfenófitas arborescentes, que chegavam a atingir entre 20 até 30 metros de altura, em média. Entretanto era mais comum alcançarem apenas cerca de 6 metros. Eram rizomáticas, além de dotadas de raízes adventícias.

Sphenophyllum

Pequeno vegetal esfenofítico, que provavelmente formava densos tapetes no assoalho das florestas paludais do Carbonífero. Pois algumas espécies parecem ter tido hábito rastejante. Justificado pela presença de raízes adventícias, situadas nos nós. As folhas eram pequenas e dispunhas-se em verticilos de 6 ou 9 elementos, as vezes mais. Os bordos eram denteados.

Anfíbios 

 Apogeu dos anfíbios: Carbonífero 

 Anfíbios ocorrem em grandes quantidades por todo o Carbonífero, mas declinaram durante o Permiano, com a irradiação evolutiva dos amniotas. Durante o limite Permiano \ Triássico desapareceram vários grupos de anfíbios. Cerca de 75% dos grupos permianos desapareceram no final deste período. 

Os anfíbios que dominaram no Carbonífero chamavam-se labirintodontes. Possuíam hábito de vida próximo das margens de rios e lagos. O nome deriva da morfologia dos dentes. Há proximidade morfológica entre os dentes dos crossopterígios (peixes) e dos descendentes anfíbios carbo-permianos. Na passagem anfíbio para réptil temos a aquisição do ovo amniótico, com casca dura e colocado em terra firme. O ovo amniótico pode ter vindo à terra antes do amniota adulto. Desenvolvido como expediente contra predadores aquáticos, e contra possíveis estiagens durante o desenvolvimento embrionário. 

O ovo amniótico 

A conquista dos ambientes continentais terrestres 

Poucos anfíbios dominaram completamente as dificuldades da vida em terra. Suas larvas são normalmente aquáticas. A verdadeira chave, para o êxito em ambientes continentais terrestres, foi o desenvolvimento do ovo amniótico. O aparecimento deste tipo de ovo libertou os tetrápodos da necessidade de água para procriar. O ovo dos répteis, aves e mamíferos monotremados parece ilusoriamente simples. No entanto, é responsável pelo suprimento alimentar do embrião em desenvolvimento e por sua proteção contra danos e dessecação. Ao mesmo tempo possibilita obter oxigênio, e desfazer-se dos produtos de desassimilação. Estas funções são levadas a cabo por uma série de membranas embrionárias e pela casca. A larva dos anfíbios começa a se alimentar em um estágio prematuro. 

Nos amniotas ela permanece tempo mais longo dentro do ovo, alimentando-se da grande reserva alimentar constituída pelo vitelo (gema). O vitelo (gema) é cercado por uma membrana, atravessada por abundante rede de vasos sanguíneos, que transporta o material alimentar ao embrião, na medida em que este o necessite. A rígida casca do ovo fornece a sustentação necessária para o embrião em desenvolvimento e a massa de vitelo. Poros especiais na casca permitem a passagem de oxigênio, assimilado e transportado ao embrião, por meio de vasos sanguíneos de uma membrana, chamada córion, situada logo abaixo da casca. 

Outra membrana, o âmnion, encerra o embrião em um saco de líquido, evitando compressão contra a casca ou submersão no vitelo (gema). O embrião também necessita de água, fornecida pelo albumen, ou “clara”, do ovo. Por fim, a longa permanência no interior do ovo significa que o embrião acumulará grande quantidade de produtos não aproveitados. Se não fossem retirados, intoxicariam o embrião. Estes excretas são armazenados em outra membrana, a alantóide. A alantóide, e os produtos não aproveitados encerrados, são deixados para trás, quando o jovem réptil sai da casca. 

A casca, e estas finas membranas, tornam possível, para o embrião de réptil, levar adiante todos os processos essenciais do início da vida. Ele é então capaz de emergir da protetora casca do ovo, em um avançado estágio de desenvolvimento, relativamente apto para cuidar de si mesmo. O ovo amniótico conferiu aos répteis decisiva vantagem sobre os anfíbios, possibilitando seu domínio sobre o Planeta, durante mais de 150 milhões de anos, até o final do Cretáceo.

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