Segredo do Archaeopteryx

O ser em questão é o pequeno e estranho Archaeopteryx, um animal transicional em estágio dinossauro > pássaro, que revolucionou a paleontologia e serviu de prova de apoio à teoria de Darwin. No decorrer dos anos, outros diversos exemplares de Archaeopteryx foram encontrados, ao todo pelo menos 9 fósseis, que hoje estão espalhados por diversos museus e instituições.

Um dos fósseis está em uma coleção nos Estados Unidos, na cidade de Thermopolis, no Wyoming e foi usado por pesquisadores para uma análise na Universidade de Stanford, onde usando um tipo de raio-X, num equipamento de fonte de luz síncrotron, que usa luz radioativa, analisaram o fóssil.


Imaginava-se que um fóssil tão estudado durante décadas de diversas maneiras não esconderia mais nenhum segredo dos paleontólogos, mas estávam todos enganados quando a isso!


Um fóssil que supostamente teria apenas restos de ossos petrificados na verdade escondia algo mais em seu interior. A nova análise usou uma luz tão forte e brilhante que foi possível detectar até os traços mais singelos de material químico. Os cientistas gravaram a reação do fóssil sob a luz e com os dados foi possível ver os vestígios de material químico que originalmente pertencia ao corpo do réptil-ave.


O resultado foi um mapa químico do fóssil, que mostrou cerca de meia dúzia de elementos químicos do Archaeopteryx.


Alguns poderiam questionar os resultados, sugerindo que os elementos químicos são presentes nos ossos porque as rochas onde o animal foi preservado também contém o mesmo tipo de material. Mas para provar que tudo pertenceu mesmo ao animal, podemos comparar a concentração de cada elemento encontrado no animal, com as rochas ao redor deste. Veremos que a rocha ao redor tem concentração bem menor do que a do esqueleto e que os restos químicos encontrados no animal batem com os elementos encontrados nas aves de hoje.


O fóssil apresenta restos de fósforo e enxofre na região em do que inicialmente pensou-se ser impressões de penas sem nenhum material original. Mas os elementos demonstram que são mais do que apenas impressões, são realmente pedaços de penas mantidos na rocha. Aves modernas também tem bastante fósforo e enxofre nas penas. Os ossos apresentam cobre, zinco e ferro, como as aves atuais, que precisam de tais minerais para manter-se saudáveis.


Antes a ligação entre dinossauros e aves era apenas visual, física, estabelecida a partir de semelhanças morfológicas externas. De agora em diante, podemos provar tal parentesco com as características químicas dos fósseis!


Estes novos métodos estao mudando a forma que os paleontologistas enxergam os fósseis, mudam os paradigmas da paleontologia moderna e definitivamente mostram que a química é o futuro da paleontologia.


Segundo os cientistas, somente fósseis que ainda estão preservados na matriz de rocha podem ser submetidos a este teste, porque precisamos comparar a quantia de determinados elementos dos fósseis com a quantia destes na rocha ao redor do mesmo.


Phil Manning diz que se daqui a alguns anos as escavações de fósseis tornarem-se como uma investigação criminal, com todos os detalhes sendo preservados e pessoas procurando mínimos traços químicos e físicos de um fato do passado, ele não se surpreenderia.


Com certeza outros fósseis devem contém traços químicos originais do animal, mas a olho nú são imperceptíveis. Só novas pesquisas poderão nos mostrar mais materias e levar a novas descobertas!

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