Novas Aves

Embora os répteis que imaginamos como dinossauros tenham se extinguido há 65 milhões de anos, seus prováveis descendentes, as aves, sobreviveram. Por todo o Cenozóico, elas se desenvolveram, diversificando-se em diferentes espécies adaptadas para viver em quase todas as partes do mundo. Hoje, as aves prosperam - suas 9.000 espécies atuais, ou mais, superam o número de espécies de mamíferos em, aproximadamente, dois para um. Entretanto, inúmeras espécies de aves do Cenozóico não resistiram até os dias de hoje. Muitas são ainda desconhecidas, mas todas as aves fósseis do Cenozóico descobertas até agora pertencem ao mesmo grande grupo das aves atuais - os Neornithes ("novas aves"). Suas características distintivas são um bico córneo sem dentes, ossos dos membros fusionados e um coração eficiente com quatro câmaras para ajudar o rápido movimento dos músculos durante o voo. Neornites extintos, entretanto, incluíam as gigantes não-voadoras, as estranhas aves aquáticas e também as aves terrestres diferentes de qualquer ave ainda existente.

Gigante voadora

Descoberta em 1979, a Argentavis Magnificens ("ave argentina magnífica") foi, provavelmente a maior ave que já voou. Sua envergadura enorme atingia 7,6 metros, maior do que já se imaginou possível para uma ave voadora e seu corpo pode ter pesado tanto quanto uma onça. Essa imensa ave foi um teratorne - parente gigante dos abutres vistos nas Américas hoje. Como esses, ela talvez tivesse cabeça e pescoço pelados para escavar o corpo de animais mortos e se alimentar sem sujar suas penas. Embora enorme, os pés dessas aves eram bem fracos, tanto que elas não seriam capazes de levantar a presa do chão. Ao invés disso, provavelmente, pairavam sobre os pampas gramados, descendo rapidamente sobre mamíferos e aves não-voadoras pastadores para matá-los no chão, ou se alimentando dos cadáveres daqueles que já haviam morrido.

Ave terrível

O enorme carnívoro Titanis ("gigante") foi um forusracídeo ou "ave terrível" - pertencente a um grupo de aves não-voadoras que rivalizaram por milhões de anos com os mamíferos predadores do topo da cadeia alimentar na América do Sul. Alcançando 2,5 metros de altura, com uma grande cabeça, bico curvado e longas pernas com unhas fortes, Titanis estava entre os últimos forusracídeos e cruzou o Istmo do Panamá para a América do Norte por volta de 3 milhões de anos atrás. Provavelmente, ele caçava em planícies abertas, capturando presas com as asas - que tinham desenvolvido dígitos novamente com garras enormes em suas extremidades - antes de segurá-las com seus pés e arrancar grandes pedaços de carne com seu bico. Os braços de Titanis são únicos - forusracídeos mais antigos tinham asas mais curtas e inúteis.

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