Coloração recriada do Anchiornis

Uma pesquisa publicada na revista "Nature" mostrou que duas espécies que habitavam a China eram cor de laranja - até então a coloração desses animais era desconhecida porque, diferentemente dos ossos, penas e pele não são fossilizadas.

Agora, um outro grupo de pesquisadores conseguiu reconstruir, pela primeira vez, todas as cores de um antecessor desses animais, revelando que ele tinha pele cinza, longas penas pretas e brancas (como se fossem listras), e uma espécie de crista marrom, como um corte de cabelo moicano. O estudo foi divulgado na revista "Science".

Tais descobertas aumentam o conhecimento sobre a evolução desses répteis e das primeiras aves, já que se acredita que estas evoluíram a partir dos dinossauros.

Os pesquisadores das universidades de Yale e do Texas analisaram estruturas fossilizadas chamadas melanossomos e as compararam com as mesmas estruturas presentes nas penas de animais atuais, determinando assim a coloração completa do Anchiornis huxleyi, um pequeno dinossauro, bípede e emplumado, que viveu há cerca de 150 milhões de anos, no período jurássico. Melanossomos já haviam sido descobertos em fósseis de aves, mas nunca em espécies tão antigas.

Antes dessas revelações, os cientistas podiam reconstruir o corpo desses répteis, mas a cor ficava por conta da criatividade dos ilustradores, que geralmente se inspiravam no colorido dos répteis atuais.

Porém, as condições excepcionais de solo e clima de uma região rica em fósseis da província chinesa de Jehol fizeram com que penas fossem mineralizadas e, com elas, tais estruturas celulares, responsáveis pela determinação da cor.

- Sem dúvida, tratava-se de um animal com uma plumagem notável - disse Richard Prum, professor de ornitologia da Universidade de Yale e um dos autores do estudo.

Os pesquisadores acreditam que as cores do Anchiornis serviam, entre outras coisas, para a comunicação e também como uma maneira de atrair parceiros/parceiras.

- Acreditamos também que essa palheta de cores na plumagem funcionava também como uma espécie de camuflagem, tendo uma importância evolutiva para esses animais tão grande quando as suas funções aerodinâmicas e de voo - afirmou Julia Clarke, professor de paleontologia da Universidade do Texas, que também assina o estudo.


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