Quando os Crocodilos dominavam 2

No fim do Triássico, há 200 milhões de anos, um cataclismo desconhecido eliminou a maioria dos crurotarsos. Com o desaparecimento de seus concorrentes, os dinossauros tomaram conta do planeta. Ao mesmo tempo, enormes predadores aquáticos, como os plesiossauros, evoluíram nos oceanos, limitando o desenvolvimento de outras espécies. Os crocodilianos remanescentes assumiram novas formas, mas sobreviveram, tal como seus descendentes atuais, nos locais a que tinham acesso: rios, pântanos e manguezais.

Os nichos ecológicos restritos podem ter limitado as oportunidades evolutivas, mas, por outro lado, foi a salvação dessas criaturas. Muitas espécies de crocodilianos sobreviveram à maciça extinção do Cretáceo-Terciário (K-T), há 65 milhões de anos, quando a queda de um asteróide desfechou o golpe fatal contra os dinossauros (com exceção das aves, consideradas dinossauros tardios) e contra ampla variedade da fauna terrestre e oceânica. Ninguém sabe por que os crocodilianos se salvaram, mas seus hábitats de água doce talvez sejam uma explicação: as espécies de água doce em geral se saíram melhor, durante a extinção do K-T, que os animais marinhos, que perderam extensos hábitats de pouca profundidade pela queda acentuada no nível do mar. E eles também podem ter sido beneficiados por sua dieta diversificada e pela capacidade, comum aos répteis de sangue frio, de suportar longos períodos sem alimento.

Com o fim dos dinossauros e dos monstros marinhos, por que os crocodilianos não tomaram conta da Terra? Na época, os mamíferos haviam iniciado a marcha evolutiva que os conduziria ao domínio planetário. Com o passar do tempo, as linhas crocodilianas mais divergentes foram se extinguindo, restando apenas as de formas corporais achatadas e membros curtos.

"A grande mudança nos esforços recentes de preservação foi a redução na caça ilegal", diz John Thorbjarnarson, um dos principais especialistas nesses animais. Ela foi substituída pela criação e extração regulamentadas, o que permitiu a recuperação. "Enquanto, há 20 anos, existiam 15 ou 20 espécies em perigo”, diz, “agora são apenas sete, encurraladas pela destruição de seu hábitat." As populações do Pantanal, por exemplo, que chegaram a estar ameaçadas nos anos 1980, após décadas de caça, hoje estão estáveis.

Por outro lado, criaturas como o aligátor-chinês e o crocodilo-filipino foram expulsos de seus antigos territórios pelo avanço da urbanização e da agricultura. E até as espécies que reagiram bem a iniciativas de conservação se defrontam com um problema que é uma versão em maior escala daquele que levou ao fim de Donna: o contato, e o conflito, com os seres humanos.

O gavial-indiano, antes visto desde o Paquistão até Mianmar, sofreu acentuada queda populacional até a década de 1980. Sua recuperação posterior, em função do declínio da caça ilegal e da criação de áreas de preservação, levou os conservacionistas a acreditar que o perigo havia passado. Mas levantamentos recentes mostraram que a quantidade dos répteis voltou a diminuir.

Os gaviais alimentam-se de peixes e dependem de um hábitat específico de rios de correnteza rápida com margens arenosas. Entre os fatores que ocasionaram o decréscimo estão a perseguição por pescadores (que os veem como concorrentes) e a destruição do hábitat para retirada de areia. Além disso, animais no rio Chambal, na Índia, foram dizimados entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2008 pela poluição. A população atual está reduzida a poucas centenas de indivíduos na Índia e no Nepal.

Alguns crocodilianos de regiões remotas não correm perigo imediato, e outros, como os aligatores-americanos, conseguiram se recuperar. Mas não sabemos quantos podem sobreviver em um mundo no qual seus lares em terras úmidas são cobiçados - e onde algumas espécies se comportam de maneira assustadora, devorando animais de estimação e até mesmo pessoas. Tido como inspiradores dos antigos mitos sobre dragões, os crocodilianos enfrentaram transformações quase inconcebíveis no planeta e se adaptaram a todas. Com a aceleração nas mudanças ambientais, porém, é daqui para a frente que terão de enfrentar os maiores

2 comentários:

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